

Três pessoas foram presas durante a Operação Barões do Filão, da Polícia Federal, que tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em garimpo ilegal, lavagem de dinheiro e exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior do Amazonas. A ação ocorre na manhã desta quinta-feira (28).
De acordo com a PF, a ação é um desdobramento da Operação Mineração Obscura, que resgatou mais de cinquenta trabalhadores em situação análoga à escravidão em minas subterrâneas de garimpo ilegal em Maués, no interior do Amazonas.
A Justiça expediu quatro mandados de prisão preventiva, dos quais apenas dois foram cumpridos pelos agentes nesta quinta-feira. Outros dois suspeitos não foram localizados e são considerados foragidos.
Também foram cumpridos doze mandados de busca e apreensão em residências dos investigados localizadas nos municípios de Itaituba (PA), Novo Progresso (PA), Sinop (MT), Porto Velho (RO) e Regeneração (PI).
Durante as buscas, a PF prendeu em flagrante um homem em posse de um fuzil.
Foram apreendidos:
11 celulares
7 carros
5 dispositivos eletrônicos
5 armas de fogo, sendo um fuzil, uma submetralhadora, um revólver e uma pistola
463 munições
3 carregadores
2 barras de ouro
2 joias
R$ 12.500 em espécie
A Justiça também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos financeiros que somam mais de R$ 74 milhões, valor correspondente ao dano ambiental causado pelas atividades ilegais.
A operação conta com o apoio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que congrega ações de integração dos nove Estados da Amazônia Legal Brasileira e dos nove países que também possuem a Floresta Amazônica em seus territórios.
Em fevereiro deste ano a Operação Mineração Obscura 2, da PF, identificou os trabalhadores em situação análoga à escravidão.
Durante as investigações, os agentes identificaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas sem acesso a direitos básicos e estavam expostos aos riscos decorrentes do uso de substâncias químicas tóxicas.
Os trabalhadores eram obrigados a realizar a exploração do ouro através da ‘modalidade poço’ – onde teriam que descer em buracos profundos para retirar o minério. O garimpo alvo desta operação é um dos mais antigos do Brasil, sendo esta a primeira vez que a Polícia Federal realiza a desintrusão de um garimpo subterrâneo
Conforme aponta a PF, danos ambientais já avaliados superavam R$ 1 bilhão, considerando desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação.
