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Pecuaristas de RO apostam em modalidade de confinamento para garantir bons preços

A pesquisa-expedicionária Confina Brasil entra na sua sexta semana, visitando fazendas em todo o Brasil e passando por confinamentos de gado de corte em Rondônia.


Especialistas da Scot Consultoria estiveram em dez fazendas em cinco dias, coletando dados sobre nutrição, sanidade, tecnologia, gestão, bem-estar animal e sustentabilidade, além de identificar as principais características do setor em termos de gestão e manejo.
Um destaque nas visitas ao estado foi o contrato a termo entre muitas propriedades e frigoríficos, cujo principal objetivo é proporcionar previsibilidade ao preço do boi gordo.


“Esse tipo de contrato oferece segurança financeira tanto para pecuaristas quanto para frigoríficos, minimizando os riscos associados à volatilidade dos preços da commodity. Esse mecanismo não é visto há tempos nas regiões sudeste e centro-oeste, que visitamos recentemente”, comentam os especialistas da Scot.


Um exemplo é a Fazenda Rio Branco, em Santa Luzia D’Oeste, que já tem datas pré-definidas para entregar o gado, permitindo um planejamento mais preciso das operações e garantindo maior estabilidade nas cadeias de produção e comercialização, além de assegurar a escala necessária para o frigorífico.


Para a indústria, essa garantia é essencial para continuar atendendo os mercados nacional e internacional. Rondônia se consolidou como um dos principais exportadores de carne bovina do Brasil.


Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Rondônia ocupa a 4ª posição no ranking nacional de exportação de carne bovina e o 1º lugar na região Norte, com aproximadamente 15 milhões de cabeças de gado de corte.


Desde 2021, Rondônia é reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que incentiva ainda mais a produção de gado de corte no estado, abrindo novos mercados.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rondônia comercializa suas carnes para 53 mercados internacionais, incluindo China, Emirados Árabes Unidos, Egito e EUA.


Desbravadores da década de 1970 alcançam a terceira geração e grandes resultados nos confinamentos. Incentivos governamentais tornaram o cenário agropecuário vantajoso nas décadas de 1970 e 1980 em Rondônia, surgindo grandes produtores locais de gado de corte, pioneiros na abertura de fazendas e, mais recentemente, na implementação de confinamentos.


Os primeiros registros de produção de bovinos no estado datam de 1973, com cerca de 20 mil cabeças. Em 2019, o IBGE apontou um aumento de mais de 708 vezes, alcançando mais de 14 milhões de cabeças.
Mantendo a tradição e reconhecimento nacional, destaca-se a Fazenda Ivypitã, em Corumbiara, aberta pelo mineiro Garon Maia, que emigrou para Rondônia na década de 1970.


Falecido em 2019, ele é lembrado como uma das maiores referências da pecuária de corte nacional. Seu legado continua com seus sucessores, que produzem gado de alta qualidade para o abate.
Hoje controlada por uma holding familiar, a Fazenda Ivypitã trocou a terminação a pasto pelo confinamento. Na parte não arrendada para agricultura, realiza-se a Integração Lavoura-Pecuária com rotação de milho e capim, diferenciando-se pela seleção e manejo do gado.


Outro exemplo é a Fazenda Progresso, em São Francisco de Guaporé. O pioneiro Sr. Ilson Parrao chegou na década de 1970 e desenvolveu a atividade, expandindo seus negócios.


Atualmente, a fazenda foca na pecuária, dedicando uma pequena parte à agricultura. Um diferencial é o melhoramento genético, com filhos e netos do Sr. Ilson trabalhando no ciclo completo de cria, recria e engorda.


A fazenda preocupa-se com o bem-estar animal, oferecendo baias maiores do que as convencionais, com sombreamento natural de árvores e cobertura dos cochos.
A Fazenda Nelore 3B, em Pimenta Bueno, aberta pelo Sr. Euvaldo Foroni, também se destaca.

O Sr. Euvaldo, selecionador de gado desde o final da década de 1970, é um precursor da técnica de confinamento bovino em Rondônia, confinando as primeiras cabeças no início da década de 1990.


A propriedade, gerida pelos filhos, trabalha com engorda e melhoramento genético, adotando o confinamento para aumentar a capacidade de lotação, investindo em genética para bovinos mais eficientes.


A gestão pecuária em Rondônia vai além das boas práticas de manejo. Produtores como os das fazendas Castanheira, em São Miguel do Guaporé; Rio Branco, em Santa Luzia D’Oeste; Confinamento São Domingos, em Chupinguaia, e Fazenda Jandaia, em Seringueiras, adotaram tecnologias avançadas para otimizar a operação de gado confinado.


Ferramentas como o Feed Manager e 4M da Nutron – marca de nutrição animal da Cargill – desempenham um papel importante na lucratividade dos pecuaristas.
Além de fornecer núcleos, premixes e especialidades para diversas espécies, a Nutron oferece plataformas avançadas de acompanhamento e assistência técnica, integrando tecnologia ao campo.
O Cargill Feed Manager é uma ferramenta digital essencial para o gerenciamento completo da rotina de um confinamento de gado, controlando processos de engorda, desde dietas até relatórios zootécnicos e econômicos.


A ferramenta Make More Money Model (4M) é uma modelagem matemática usada pelos consultores para simulações, precificação de serviços e predição do ponto ótimo de abate de bovinos em confinamento, analisando mais de 15.000 cenários de risco.
Nas fazendas, todo o manejo nutricional do gado confinado é acompanhado por softwares. Utilizando o 4M, os gestores avaliam o desenvolvimento do bovino desde o primeiro dia no confinamento, alimentando o sistema com dados como ganho médio diário de peso, peso esperado ao final do confinamento e preço de mercado projetado para a arroba.


O sistema realiza simulações detalhadas e ajuda a prever a oscilação da curva de consumo de cada animal, fornecendo uma estimativa precisa do melhor momento para o abate.


A ferramenta oferece previsibilidade e suporte na tomada de decisões estratégicas, contribuindo para a eficiência e rentabilidade da operação dos produtores.


Rondoniaovivo

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